Deputado do DF pode responder por quebra de decoro por gesto ofensivo


Deputado do DF pode responder por quebra de decoro por gesto ofensivo
Estudantes fizeram manifestações na galeria da Câmara Legislativa.
Roriz chamou os manifestantes de ‘palhaços’ e deu ‘banana’ para eles.

Do G1, com informações do DFTV
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Estudantes que faziam manifestação contra o mensalão do DEM na galeria da Câmara Legislativa na tarde desta quarta-feira (17) disseram que vão entrar com representação contra o deputado Paulo Roriz (DEM) por quebra de decoro parlamentar. Insatisfeito com os protestos, Roriz chamou os estudantes de “palhaços” e fez um gesto ofensivo –deu uma “banana”– para eles em plenário.

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O escândalo que ficou conhecido como mensalão do DEM do DF começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora.

Os manifestantes seguravam cartazes com críticas aos deputados distritais. Roriz não gostou e pediu à presidência da Câmara para que todos fossem retirados. “Peço a Vossa Excelência que retire desta Casa esses ‘palhaços’ que estão aqui fazendo o que estão fazendo”. Logo em seguida, o deputado fez o gesto ofensivo.

De acordo com o código da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, os deputados precisam tratar as autoridades, os servidores da Câmara Legislativa e demais cidadãos com respeito, discrição e urbanidade compatível com a dignidade parlamentar. O Artigo XI diz que “praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa no edifício da Câmara ou desacatar, por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão e respectivos presidentes são atos contrários à ética e ao decoro parlamentar”.

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Apesar de a população ter direito de assistir às sessões da Câmara Legislativa, a Casa ficou fechada por três semanas durante o auge da crise do suposto esquema de corrupção. As sessões só foram abertas novamente quando os deputados já tinham aprovado os requerimentos da instalação da CPI e votado a instalação da Comissão de impeachment do governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM).

A estudante Levi Brandão disse que o deputado já agiu de maneira semelhante no passado. “Hoje, ele está fazendo como antigamente: reprimindo os estudantes que estão fazendo manifestações naquela que se diz ser a Casa do povo”, disse.

‘Excesso’

Nesta tarde, na tribuna da Câmara, o deputado “reconheceu o excesso” de sua ação, segundo sua assessoria. Roriz pediu desculpas aos parlamentares, mas disse que não pediria desculpa ao estudante que, segundo ele, o teria ofendido com um gesto obsceno e o xingado, o que teria motivado sua reação.

De acordo com a assessoria, o deputado “está tranquilo” em relação a um eventual pedido de abertura de processo por quebra de decoro. Roriz teria dito ainda que toda vez que ele ou sua família forem ofendidos, agirá “com o coração” para se defender, informou sua assessoria.

O presidente da Comissão de Ética, deputado Aguinaldo de Jesus (PRB), e a vice, deputada Érika Kokay (PT), não quiseram gravar entrevista.

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